Não tenho registro histórico de uma crise do tamanho da que foi construída por irresponsabilidade no Cruzeiro. A folha de pagamento dos jogadores chegou a R$ 16 milhões por mês. Será reduzida para R$ 3 milhões, visando à participação do clube na Série B do Brasileirão neste ano.
Na parte administrativa, o clube mineiro chegou a ter 533 funcionários. A pergunta que cabe: faziam o quê? O novo conselho gestor, que busca salvar o time do caos absoluto, reduzirá o número imediatamente para 295, o que ainda é grande, mas é uma redução de 45%.
O custo de R$ 4,5 milhões por mês será reduzido para R$ 1,6 milhão. Claro que irão pipocar dezenas de reclamatórias trabalhistas, mas estas, o clube terá tempo para negociar ou empurrar com a barriga. Alguns imóveis, com o valor aproximado de R$ 300 milhões pertencentes ao clube, deverão ser vendidos para enfrentar esta verdadeira "lavoura de pepinos" que foi construída por dirigentes irresponsáveis.
A torcida promete grande mobilização, aumentando significativamente o número de associados e lotando o Mineirão. A própria empresa responsável pela administração do grande estádio faz tratativas diferenciais com o clube para também participar do plano de reestruturação e não perder seu cliente.
O valor total da dívida, que ainda pode ser maior, já ultrapassou R$ 1,1 bilhão. Serão necessários alguns anos para atingir a normalidade financeira.
Vendo isto é que proclamo, com muita evidência e felicidade, as gestões de Romildo Bolzan e Marcelo Medeiros. Sem descuidar do futebol, matéria-prima essencial, eles não cometem desatinos, e nossos dois grandes clubes vivem uma fase de normalidade financeira.