São muitos os ângulos que precisam ser encarados na venda de Luan. Vamos a eles:
1) O jogador queria sair do Grêmio e não aceitou uma proposta de renovação de contrato por mais dois anos;
2) O Grêmio perderia este jogador no final do ano devido ao término de contrato. Teria de indenizar o investidor Celso Rigo e Peixoto, seu ex-procurador;
3) Gastaria, entre salários e compromissos sociais, cerca de R$ 15 milhões com um jogador que, nos dois últimos anos, não mostrou comprometimento e praticamente não jogou. Ou seja, recebeu salário milionário e pouco deu em troca para o clube;
4) Recebe, à vista, portanto sem perigo de calote, por volta de R$ 22 milhões (5 milhões de euros) e se livra de uma dívida de R$ 1,5 milhão pela compra de Juninho Capixaba;
5) Jogador de 26 anos não tem mercado na Europa.
Então, como ficou o negócio: Grêmio deixa de pagar por volta de R$ 30 milhões, entre salários do jogador e indenização dos investidores. Recebe R$ 22 milhões do Corinthians.
Resultado: um negócio que representa R$ 50 milhões. No final de 2020, Luan deixaria o Tricolor dando só um até logo para todos, sem nenhuma indenização para o clube. Confesso que devo fazer rasgados elogios a quem negociou o jogador. Acho que dificilmente teremos um negócio tão bom neste ano. Agora é pegar todo este dinheiro e buscar reforços no mercado.
Vejo que muitos torcedores gremistas se manifestam com irritação nas redes sociais incomodados com o negócio feito pelo Grêmio. Coração de torcedor precisa ser respeitado. Luan foi protagonista dos dois maiores títulos do Tricolor faz pouco. Só que ele parou, perdeu seu comprometimento com o clube, fez festas demais e jogou de menos. Ninguém garante que ele consiga voltar a jogar.
E ele queria tanto jogar no Corinthians que até aceitou ganhar menos do que ganharia na Arena. Mas o torcedor ficará mais calmo quando souber que o Grêmio, com este dinheiro, está finalizando a contratação do lateral-esquerdo Caio Henrique e outros reforços que virão. Importante lembrar que Luan era reserva do Grêmio nos últimos tempos. O titular da posição foi Jean Pyerre, ou seja, já existe substituto de qualidade no grupo.