Vários condenam a forma com que o Inter encara seus jogos fora de casa. São milhares de torcedores expressando contrariedade com a ideia de jogo de Odair Hellmann longe do Beira-Rio. Na imprensa, a mesma coisa. Eu entendo e respeito o treinador. Primeiro porque valorizo quem monta estratégia, ainda que não concorde com ela.
Ruim é não ter uma forma de trabalho definida. Não sei se os críticos pensam que Odair treina o Real Madrid. A equipe colorada é praticamente toda formada por veteranos. São jogadores médios, contratados com investimento mínimo para enfrentar competições contra gigantes milionários.
O Athletico-PR não tem atletas de primeira linha, mas tem um estádio diferente, com grama sintética. Lá, consegue ganhar de equipes como o Boca, o River, o Flamengo, o Palmeiras e o Grêmio. Por isso, a estratégia defensiva em Curitiba, para não sofrer nenhuma derrota elástica. Deu certo. O Inter trouxe a decisão para Porto Alegre, onde a situação se altera. O Furacão vira um ventinho de final de tarde na beira do Rio Guaíba.
DIFERENÇAS
Jogando defensivamente, o Inter isola Guerrero e entrega funções de marcação para D'Alessandro. Eles não conseguem jogar. No Beira-Rio, ambos se transformam.
O argentino só se preocupa com a bola, e o centroavante ganha companhias. Os dois são os grandes jogadores do time, as referências técnicas. Para dar uma ideia da diferença, Guerrero tem 13 gols em 24 jogos, sendo que 11 foram marcados no Beira-Rio. A efetividade do camisa 9 está diretamente relacionada com a forma de atuar da equipe em seus domínios.
Com os gringos jogando na sua plenitude, o Inter ganha a Copa do Brasil. E o Athletico não tem defesa sólida para resistir à pressão que vai levar. Pelo menos, é o que todos acham. O futebol tem inúmeras variáveis, mas o grande favorito, mesmo jogando só por um resultado, é o time colorado.