A má notícia para os colorados, no jogo de ida das finais da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada: o Inter perdeu. A boa notícia para os colorados: foi só por 1 a 0. Apesar do revés, em uma partida dura como se esperava, o Inter precisa devolver o placar no dia 18 no Beira-Rio, a fim de levar a decisão para os pênaltis, ou ganhar por dois gols de diferença para ser campeão nos 90 minutos.
Na Copa do Brasil não há o saldo qualificado. Se depender de mística, em 1992, quando do título colorado na Copa do Brasil, o Inter perdeu o jogo de ida para o Fluminense por 2 a 1. No Beira-Rio, vitória por 1 a 0, em tempos de gol qualificado.
Ao final do jogo, depois que Odair Hellmann falou a seus jogadores no vestiário, e se apresentou para a entrevista, um sentimento estava claro para o treinador do Inter: no Beira-Rio, a equipe terá um espírito e uma agressividade totalmente diferentes.
— Vamos buscar a nossa pressão, o nosso desenvolvimento de jogo. Vamos buscar tirar essa diferença de placar, de forma organizada, dentro do nosso comportamento de Beira-Rio. Tenho certeza que o Tiago (Nunes) sabe que o jogo é de 180 minutos, independentemente do que se faça no primeiro tempo do jogo, tem o segundo. E esperamos poder fazer o jogo que sempre fazemos no Beira-Rio. Dentro das nossas características. Tenho convicção disso: com organização e intensidade, vamos buscar a vitória — disse Odair.
Questionado sobre a postura da equipe na Arena da Baixada, mais defensiva, e sem oferecer grande risco no ataque, o treinador colorado chegou a elevar o tom na resposta:
— O Athletico não é forte aqui? O Flamengo não é forte no Maracanã? O Palmeiras não é forte no Allianz? E nós somos fortes no Beira-Rio. Esses caras (os jogadores) estão dando a vida todo jogo. Eles dão tudo que têm em todos os jogos. Foi por isso que chegamos até aqui, que fomos até as quartas de final da Libertadores, que fomos terceiro no Brasileiro do ano passado. Estamos entregando tudo que eles podem e mais um pouco.
Vamos buscar a nossa pressão, o nosso desenvolvimento de jogo. Vamos buscar tirar essa diferença de placar, de forma organizada, dentro do nosso comportamento de Beira-Rio"
ODAIR HELLMANN
Técnico do Inter
Marcelo Lomba mereceu destaque especial de Odair Hellmann. A defesa do goleiro, em chute de Rony, evitou o segundo gol do Athletico, e pode ser o símbolo de uma virada no Beira-Rio.
— Que bom que o Lomba fez aquela defesa, para não acontecer o 2 a 0. Iríamos ter muito mais dificuldade, como foi contra o Flamengo (derrota por 2 a 0, no Maracanã, pela Libertadores, empate em 1 a 1, em Porto Alegre). Fizemos 1 a 0 naquele jogo com o Flamengo, e tivemos de correr riscos. Dentro dessa situação de buscar o segundo gol, acabamos sofrendo o contra-ataque (e o empate que eliminou o Inter da Libertadores). Agora, temos de ter confiança, a final é no Beira-Rio — afirmou o treinador colorado.
Marcelo Lomba, por sua vez, admitiu que a defesa salvadora no chute de Rony foi no reflexo:
— Foi um lance muito rápido, consegui esticar o braço, e a bola praticamente bateu em mim.
Ao deixar o gramado sintético da Arena, Paolo Guerrero foi questionado sobre a derrota com placar mínimo. E não teve dúvidas ao responder sobre a fé que mantém no título:
— Tomamos um gol, mas temos que continuar trabalhando. Não pode acontecer. Estávamos dominando o jogo, voltamos bem para o segundo tempo. É difícil demais jogar aqui. Tentei bater na bola, controlar, mas ela quica muito, daí até cair de novo, é complicado demais este campo. Mas em casa a gente resolve.
Apesar da derrota no primeiro jogo das finais, o Inter deixou a Arena otimista para a decisão de quarta-feira (18) no Beira-Rio.