Depois de bater no fundo do poço, com uma grotesca parede de tijolos no lugar de uma fachada de vidro, a Praça Otávio Rocha, no Centro Histórico, pode retomar seu charme até dezembro. Inclusive com a reabertura do café da praça, emparedado há dois anos para evitar invasões de sem-teto.
A incorporadora Infinita, que pretende adotar a área, aguarda um edital prometido há seis meses pela prefeitura – já está pronto, segundo a Secretaria Municipal de Parcerias, mas ainda precisa de um parecer da Procuradoria-Geral do Município. Quando o edital sair, a empresa deve oferecer uma proposta de R$ 400 mil em investimentos na revitalização da Otávio Rocha.
O objetivo da Infinita é fazer toda a obra e reabrir o café em três meses. Por que tanta pressa? Porque, do outro lado da rua, em frente à praça, um novo empreendimento da incorporadora está quase pronto: a ideia é lançá-lo até o fim do ano. Trata-se de um prédio com 183 apartamentos, onde ficava o hotel Plazinha. Nos três primeiros andares, haverá um centro de gastronomia e lazer aberto ao público.
Ou seja, é de interesse da empresa manter no entorno um ambiente agradável e seguro – é o que atrai frequentadores. Só na manutenção da praça, entre segurança privada, varrição diária, jardinagem e reparações no playground, calcula-se um gasto mensal superior a R$ 20 mil. Já o café, com o retorno das paredes de vidro, deverá ser sublocado por um empreendedor do ramo.
Inaugurada na década de 1930, a Praça Otávio Rocha, que é tombada como patrimônio histórico, atravessou décadas tomada por violência, prostituição e tráfico e drogas. Uma longa fase que chega ao fim.