Por enquanto, a prefeitura só fala em "sinal de alerta": diz que é hora de redobrar os cuidados e evitar o contato desnecessário com grupos maiores. Mas, se a situação piorar mais, se a pressão nos hospitais se acelerar, aí não tem jeito: é possível, sim, que atividades econômicas sofram novas restrições.
– O cenário atual é de estabilidade, portanto não é hora de se apavorar. O que chama atenção, de fato, é que o número de internações, de novos casos, de busca por atendimento, tudo isso parou de cair – diz o secretário municipal adjunto de Saúde, o epidemiologista Natan Katz.
A intenção da coluna era entender claramente qual conjuntura faria o governo adotar de novo medidas tão drásticas – é importante a sociedade ter essa resposta desde já. Segundo Natan, a discussão sobre restringir atividades começaria a partir de uma clara aceleração nas internações em leitos de UTI.
– Foi o que ocorreu, por exemplo, em junho. Saímos de 40 leitos ocupados para 65 em uma semana. Quando decidimos fechar alguns setores, as pessoas reclamaram dizendo que ainda tínhamos muitos leitos vagos. E tínhamos mesmo, mas a aceleração já se mostrava tão rápida, que sabíamos que o aumento seria grande – relembra o secretário adjunto.
Na situação atual, ele afirma que, se as internações crescem 5% em uma semana, não há por que se preocupar: trata-se de uma variação normal dentro de um quadro de estabilidade. Mas, se o crescimento é de 15%, por exemplo, aí talvez seja hora de brecar a circulação de pessoas na cidade.
Nas últimas três semanas, o aumento de internações é praticamente zero. O que incomoda é que a queda no número de internados também é zero – antes, a redução era perceptível dia após dia.
– A pergunta que fica é se voltaremos a ter uma aceleração. Por enquanto, nenhum dado vem apontando para isso, mas, se ocorrer, a possibilidade de novas restrições nunca foi descartada – diz o secretário.
Caso essa hipótese se confirme – tomara que não –, a prefeitura promete trabalhar ao máximo para evitar que atividades sejam totalmente fechadas. Ou seja, a ideia seria, primeiro, limitar horários, circulação e número de pessoas. O Executivo entende, também, que as escolas não podem estar entre os primeiros setores a ser sacrificados.