A notícia é espetacular: já são 40 dias de estabilidade nos indicadores de saúde em Porto Alegre. Nunca a desaceleração no contágio foi tão consistente. Já passou tempo suficiente para avaliar o impacto da reabertura do comércio – e, até agora, não houve grandes oscilações na ocupação dos leitos de UTI.
Para completar, o atendimento a pessoas com sintomas de coronavírus em postos de saúde caiu 20% em dois meses, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde. Não é pouco. E a prefeitura acredita que esse índice, ali adiante, deve se refletir também em menos pessoas internadas em UTI.
– É verdade que a ocupação das UTIs, embora estável, continua bem alta. O lado bom é que o número de porto-alegrenses ganhando imunidade também é grande. E ninguém ficou sem atendimento – diz o prefeito Nelson Marchezan.
Mesmo assim, os próximos passos precisam ser curtos. Qualquer aceleração na circulação do vírus pode, sim, levar o sistema de saúde ao limite da capacidade. Por isso, não haverá decretos estendendo o horário do comércio nos próximos dias – as entidades empresariais tinham pedido uma hora a mais nas lojas de rua.
Ensino profissionalizante é a prioridade
Segundo Marchezan, o foco da semana que vem serão as reuniões com setores da educação. É provável que, já na outra semana (que começa no dia 21), o ensino profissionalizante esteja liberado com uma série de protocolos.
– Com tanta gente em busca de emprego, defendo que as escolas profissionalizantes e o EJA (Educação de Jovens e Adultos) estejam entre os primeiros a voltar – diz o prefeito.
Ele ressalta que, se comparado à educação básica, o número de estudantes desse universo é pequeno – e o fato de serem adultos facilita o cumprimento de protocolos, como o distanciamento entre os alunos. De qualquer forma, a prefeitura também já estuda propostas para a volta às aulas na Educação Infantil.
Se os indicadores de saúde permanecerem como estão, com a educação para adultos liberada, Porto Alegre terá passado em mais um teste importante.