Já são 15 solicitações de eventos encaminhadas por bares e cervejarias à prefeitura de Porto Alegre: todos querem usar o espaço público para os festejos de Saint Patrick's Day.
Embora a data oficial seja 17 de março, uma terça-feira, os pedidos vão do dia 14 ao dia 21 – de sábado a sábado –, em bairros como Cidade Baixa, Bom Fim, Moinhos de Vento, Centro Histórico, Auxiliadora, Petrópolis, Rio Branco e Bela Vista. As festas, em ruas ou praças da Capital, estão previstas para começar de manhã, no máximo ao meio-dia, e se estender até a noite.
– Cresceu na comparação com o ano passado. E não custa lembrar que a grande maioria dos eventos, que ocorrem dentro dos bares, não precisa de autorização da prefeitura – diz o secretário municipal interino de Desenvolvimento Econômico, Leandro Balardin.
Em 2019, em contato com a coluna, o Consulado-Geral da Irlanda em São Paulo já havia informado que Porto Alegre tem promovido a segunda maior celebração de Saint Patrick's Day do país – só fica atrás de Belo Horizonte. Os festejos que homenageiam o santo irlandês, marcados especialmente pelo consumo de cerveja, ganharam força enquanto outro fenômeno também crescia: as microcervejarias artesanais.
– Nossa cidade virou referência nacional na produção da bebida. E, se no ano passado tínhamos três dias dedicados a São Patrício, neste já teremos sete. Quem sabe, em 2021, não sejam 15 dias e, mais adiante, um mês inteiro de Saint Patrick's Day? – empolga-se o secretário Balardin, projetando mais turismo e renda para a Capital.
O maior dos eventos está marcado para o dia 17: bandas e DJ vão se apresentar na Rua Padre Chagas, onde ficam os bares mais identificados com a cultura irlandesa. Com o trânsito bloqueado entre a Fernando Gomes e a Hilário Ribeiro, a festa terá catracas para controlar a entrada e a saída de quem circula naquela quadra. Não haverá cobrança de ingressos, mas os frequentadores serão revistados por seguranças ao acessar a área.
– Fizemos o mesmo no ano passado e funcionou muito bem. Assim que o evento acaba, às 22h, já começa a limpeza com jatos d'água, o que naturalmente faz as pessoas dispersarem – diz Rodrigo Maruf, sócio do bar Mulligan, preocupado em manter uma boa relação com os moradores.
Aliás, depois de anos de conflito, a impressão é de que os ânimos da vizinhança se aplacaram. A presidente da Associação de Moradores e Empresários do Moinhos de Vento, Andrea Weber, lembra que é melhor um evento organizado do que uma multidão sem estrutura:
– Pelo menos vai ter banheiros químicos, segurança, hora para acabar, fiscalização do poder público. Quanto mais controle, melhor para todos.