Atualização: alteramos o título original desta coluna após avaliação de que o uso do termo "transexual" reduzia, nesse contexto, a atuação da youtuber Mandy Candy
Com 160 milhões de visualizações no YouTube – ela virou fenômeno ao mostrar o dia a dia de uma transexual –, Amanda Guimarães Borges, a Mandy Candy, abriu em Porto Alegre um salão de beleza para combater o preconceito que sempre enfrentou.
– Não me sentia representada nesses lugares. Ficavam me julgando por ser trans. Aos poucos, fui percebendo que muita gente não frequenta salão porque é gorda, porque tem deficiência – conta Mandy, 30 anos, que inaugurou o Bem Garota (em referência a um bordão que ela usa nos vídeos) na Avenida Quito, no Jardim Lindoia, semana passada.
Uma marca entre os funcionários é a diversidade: além de contar com pessoas LGBT e com deficiência, a equipe do salão faz aulas com um professor de libras. Nos últimos dias, uma cadeirante deu palestras para o grupo sobre acessibilidade. E, entre os três cabeleireiros, todos são especialistas em madeixas coloridas – como as da própria Mandy – ou em cabelos afro.
– Aqui, todo mundo é bem-vindo. Ninguém vai ficar te olhando de cima a baixo se não seguir um padrão – afirma a youtuber, que já morou na China, na Coreia do Sul e na Tailândia, onde fez a cirurgia de redesignação sexual.
Com o próprio rosto grafitado na fachada, Mandy apostou no azul, no branco e no rosa –cores da bandeira do orgulho trans – na decoração interna. É dentro do salão que ela vai estrear seu novo quadro no YouTube: toda semana, será dado "um trato" em alguém do meio LGBT carente de autoestima.
– Vamos ficar bem garota, bem barbiezinha juntas? – é o convite que Mandy já espalha.
Com Rossana Ruschel