
Com 10 metros de altura e quatro de largura, um gigantesco tanque de bolinhas intriga quem passa em frente ao Paço Municipal, no centro de Porto Alegre. A expectativa é de que, até agosto, o recipiente esteja quase transbordando com 270 mil bolotas coloridas. Por enquanto, apenas 10 mil repousam ali.
Trata-se de um contador de roupas. Cada bola representa uma peça doada à Campanha do Agasalho – que neste ano começou em abril, bem mais cedo do que de costume. Feito de lona transparente, o reservatório terá, até o final desta semana, 45 mil bolinhas – número de doações arrecadadas até agora.
– O prefeito queria uma campanha mais longa, diferente das anteriores. E a gente precisava, então, encontrar uma forma de manter o engajamento das pessoas por bastante tempo. A ideia foi trazer o espírito dos games – diz o secretário municipal de Comunicação, Orestes de Andrade Jr.
Esse game funciona assim: a cada 25 mil bolinhas – ou seja, 25 mil peças de roupas doadas –, a cidade ganha um evento com entrada franca. O primeiro será mais tímido, em uma escola municipal da Zona Norte, mas a ideia é que, a partir das 100 mil doações, ocorram shows nos arredores do Paço ou na orla do Guaíba.
Segundo Orestes, foi uma saída para quebrar o tom melancólico que costuma ditar as campanhas do agasalho. A ideia do reservatório, em um primeiro momento, previa que as próprias roupas fossem depositadas lá dentro. Só que não haveria como proteger as peças da chuva – e também era importante que as doações, toda semana, já fossem encaminhadas às entidades beneficentes.
Com a solução das bolinhas definida, a construtora Melnick Even topou doar a estrutura que chama atenção em frente ao Paço – engenheiros da empresa fizeram inclusive o projeto do tanque. A bolas, que chegam à prefeitura em sacos de 500, são jogadas no recipiente por uma janela do gabinete do vice-prefeito Gustavo Paim.
Se o tanque ficar cheio até 15 de agosto, será o recorde de doações da história da Campanha do Agasalho.