Líder do governo na Câmara, o vereador Mauro Pinheiro (Rede) escreveu à coluna para comentar a entrevista do ex-prefeito João Dib (PP) publicada na sexta-feira: "Confesso que fiquei surpreso com (...) críticas (de Dib) à forma como o governo busca reduzir o déficit, principalmente no que diz respeito ao custo com os servidores".
Embora reconheça que os funcionários municipais "não têm culpa", Pinheiro diz que "não é justo com 1,5 milhão de porto-alegrenses que metade dos recursos da cidade seja destinada ao pagamento de 33 mil" funcionários públicos.
O vereador defende o projeto aprovado na terça-feira (26) – que corta gratificações e avanços salariais – como forma de priorizar investimentos em "segurança, educação, saúde, saneamento básico etc".
Leia a íntegra da nota de Mauro Pinheiro:
"Sou um grande admirador do ex-prefeito e ex-vereador João Dib. Por isso, confesso que fiquei surpreso com sua entrevista publicada em Zero Hora, em 29 de março, na qual faz críticas à forma como a administração municipal está buscando reduzir o déficit das contas, principalmente no que diz respeito ao custo com os servidores.
Não é culpa dos funcionários municipais de a folha salarial ter crescido mais do que o dobro do que a inflação e a arrecadação da prefeitura na última década. Mas igualmente não é justo com 1,5 milhão de habitantes de Porto Alegre, que metade dos recursos da cidade seja destinado ao pagamento de 33 mil servidores, entre ativos e inativos.
Calcula-se que a folha cresça hoje ao ritmo de R$ 90 milhões ao ano, o que vai estrangulando os recursos para o mais importante: investir em segurança, educação, saúde, esgoto, saneamento básico, etc. Por isso, nós, vereadores, ficamos até a madrugada da última terça-feira na Câmara para aprovar o Projeto de Lei que altera regras de reajuste dos servidores.
A economia gerada com isso beira os R$ 200 milhões em uma década, verba importante que será revertida em investimento para todos os porto-alegrenses. Inclusive para os próprios servidores".