Estava tudo encaminhado: servidores da prefeitura começariam uma campanha nas madrugadas da João Alfredo, distribuindo panfletos e cartazes sobre uma nova zona de lazer noturno em Porto Alegre. A ideia era que os frequentadores da Cidade Baixa, que hoje perturbam moradores da região, migrassem aos poucos para o entorno do Largo Glênio Peres, onde beber e se divertir na rua seria mais tranquilo, já que não há residências ali.
Mas, na última hora, Marchezan suspendeu o plano. Pediu à sua equipe que, antes de mais nada, providencie um levantamento de 10 áreas da Capital que também possam receber entretenimento ao ar livre. O prefeito expôs a orientação há duas semanas, no Paço Municipal, em um encontro com comerciantes dos arredores do Largo Glênio Peres.
– Fiquei com a impressão de que vai demorar para acontecer algo novo – disse o dono de um bar à coluna.
É o meu medo também. Marchezan é conhecido por exigir de assessores e secretários um diagnóstico sempre mais macro das situações, que é para ter um panorama completo. Se os resultados aparecem logo, tudo bem. Mas, se a tática impede qualquer avanço pequeno de sair do papel em um prazo mais curto, pode ser um problema.
A ideia da nova zona boêmia no Largo Glênio Peres, gestada pela Secretaria de Relações Institucionais, é excelente porque pode matar dois coelhos com uma cajadada só: a insustentável fuzarca da Cidade Baixa e a falta de opções a céu aberto na noite da Capital. Só que uma ideia não executada não vale nada.
Para entender os argumentos do prefeito, a coluna pediu para ouvi-lo nesta quarta-feira (25) à tarde. Não obteve retorno da assessoria até o momento.