Com menos proteína animal na mesa dos brasileiros em 2016, por conta da crise financeira e do aumento do desemprego, as indústrias de carnes buscaram no mercado externo a compensação de perdas. No setor de frangos, o acréscimo nos embarques foi tímido, de apenas 2%. Já na carne suína, a alta das exportações chegou a 30%.
– O bom desempenho no mercado externo nos ajudou a reduzir os efeitos do cenário interno, um dos mais difíceis da história recente – destaca Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Até mesmo o mercado de ovos, proteína animal mais barata que vinha crescendo em média 10% ao ano, sofreu recuo. Além da recessão econômica, as indústrias de aves e suínos aumentaram seus custos devido à alta do preço do milho. A soma desses fatores levou muitos frigoríficos a reduzirem a produção e, em casos mais extremos, a fecharem unidades.
– A boa notícia é de que boa parte dos empregos foram mantidos. O percentual de demissões ficou em 2%, bem abaixo da média nacional – pondera Turra.
Para 2017, a expectativa é de que a possível recuperação econômica eleve os níveis de consumo, ainda que de forma lenta. A maior aposta para voltar a crescer continuará depositada no mercado externo.
– O nosso status sanitário será um grande trunfo, tendo em vista os focos de influenza aviária detectados em 26 países recentemente – completa o dirigente.