Nílson Souza
Não sei exatamente de onde meu pai trazia aquela árvore com cheiro de pinho, mas era ela que dava a largada para a semana natalina. Os adultos da casa carregavam com cuidado a planta recém abatida, pois suas folhas continuavam espetando como agulhas. Era colocada cuidadosamente numa caixa com terra, como se fosse replantada num canto da sala de nossa modesta casa de madeira. Só então as crianças ganhavam permissão para chegar perto e auxiliar na colocação das bolas coloridas, guardadas durante o ano todo em caixinhas de papelão sobre o guarda-roupa, pois eram frágeis demais para ficarem expostas às molecagens do dia a dia. O toque final da obra costumava ser a estrela de papelão pintada com lápis de cor e habilmente encaixada no galho mais alto.
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