Sempre que sinto um mal-estar com a humanidade, recorro ao vídeo dos Médicos Sem Fronteiras, a organização internacional que leva ajuda humanitária às pessoas atingidas por guerras, desastres naturais, epidemias e doenças decorrentes da miséria. Sou um frouxo, sei disso, mas me consolo em saber que não choro sozinho. Muitos dos meus amigos e amigas já me confessaram a dificuldade de segurar as lágrimas diante das cenas que mostram crianças subnutridas estendendo o bracinho para a primeira vacina, olhos arregalados de gratidão depois de um curativo e também homens e mulheres de jaleco branco fungando porquês, inconformados com as perdas.
Somos monstros, às vezes. Os refugiados da Síria amontoam-se nas fronteiras dos países vizinhos, clamando por ajuda e oportunidade para viver, mas ninguém os quer. Fogem da guerra, da brutalidade e do extermínio. Esbarram no egoísmo, no medo e em interesses políticos obscuros.
Somos anjos, por vezes. Em meio à maior crise humanitária do século 21, voluntários do MSF, assim como integrantes de outras organizações, transitam por acampamentos e até mesmo por zonas conflagradas, para levar alívio aos doentes e aos famintos, ou mesmo para denunciar atrocidades e negligências.
Havia um jornalista no grupo francês que criou a organização. Foi de sua lavra a carta de princípios da entidade, baseada na ideia central de que todas as pessoas têm direito a tratamento médico, sendo essa necessidade mais importante do que as fronteiras nacionais. Não há limite para esses profissionais abnegados e corajosos, que enfrentam resistências e riscos para levar adiante a nobre causa. A ingerência humanitária já valeu um Nobel da Paz à organização.
O vídeo de que falo (assista abaixo) faz parte de uma campanha arrecadatória da ONG, que é financiada por contribuições do público, de organizações sem fins lucrativos, corporações e governos. O slogan da campanha é "aguente firme". Veja e tente aguentar. E, se puder, ajude.