A vitória vai para a conta de Richarlison e seu repertório de gol rompedor e refinado. Aposta do treinador que bancou o nove sem que isso representasse, por exemplo, a ausência de Vinicius Jr.. Ambos foram personagens do 2 a 0 que misturou segurança com encantamento.
Primeiro, uma atuação comedida com atacantes marcando, retomando bola e forçando o erro do adversário. Vinicius Jr. foi o atacante mais perigoso, mas a primeira grande chance só aconteceu no segundo tempo. Raphinha tomou a bola do zagueiro e desperdiçou.
O Brasil, então, saiu do modo cautela para o modo audácia e encantou na segunda etapa. Vinicius Jr. continuou ativo e perigoso neste novo período da partida. Participou dos dois gols. Neymar, marcadíssimo, participou do primeiro gol e chorou ao sair depois do 2 a 0 com torção no tornozelo.
Há trabalho coletivo e grandes atuações individuais nesta vitória promissora. O Tite em paz que vi na coletiva pré-jogo mostrou-se sábio na condução da estratégia durante a partida. Agora, pode pensar o time a partir de jogadores em melhores — ou nem tanto — condições.
Duvido que repita a escalação inicial contra a Suíça na próxima segunda-feira (28). Não precisa. As trocas mantiveram a verticalidade sem que entrasse nenhum volante incapaz de construir. Houve variação de 4-2-4 com Rodrygo, Martinelli e Gabriel Jesus com Anthony.
Não foi uma vitória aleatória. Teve suor e talento como mais do que nunca precisam ter as equipes que sonham com o título da Copa. Sérvia e Suíça discutirão a segunda vaga. A Suíça não vai arriscar nada contra o Brasil. Esta premissa vai nortear as escolhas de Tite para segunda-feira.
Que isso, nove!
Richarlison fez o gol da Copa até agora. Simbolicamente, aquela bucha de voleio ao receber assistência de trivela de Vinicius Jr., o 2 a 0, fechou a vitória que até poderia ter sido maior, tamanha a superioridade coletiva e individual do Brasil contra a boa Sérvia. Aliás, o segundo melhor time do grupo continua muito candidato à outra vaga para a próxima fase.
A lesão de Neymar preocupa porque ele é diferente mesmo quando não brilha tanto. Começou a jogada do primeiro gol, preocupou sempre a volantada adversária. Não jogará contra a Suíça. Este virou jogo estratégico. Tite não precisa ter pressa.
Portugal
Possível adversário brasileiro, Portugal foi mais uma soma de ótimos jogadores do que propriamente um time contra Gana. O 3 a 2 mostrou virtudes ofensivas e dificuldades atrás. Já o Uruguai, sem Arrascaeta, foi franciscano contra a Coreia do Sul no medíocre 0 a 0. Talvez Gana até lance candidatura pela segunda vaga contra os uruguaios. Arrascaeta, se puder jogar, melhora as possibilidades de classificação do Uruguai. Sem ele, pode acontecer qualquer coisa.