Marcelo Medeiros tem a vida misturada ao Inter desde criança. O pai, Gilberto Medeiros, foi presidente nos anos 1980 e não teve medo de ser sincero ao anunciar de saída ao torcedor que seria obrigado a colocar outro verbo antes da palavra títulos.
O atual presidente, candidato não confesso à reeleição no fim do ano, assumiu o cargo depois da mais devastadora gestão da história colorada, cuja cereja azeda do bolo foi o rebaixamento.
Este é o mote de Marcelo Medeiros para ocupar o papel principal da coluna deste final de semana. Domingo, 16h, Pedro Ernesto Denardin vai dizer na Rádio Gaúcha algo do tipo: "Recomeça a história do Inter na Série A do Brasileirão, o seu lugar!".
Se ele não disser, eu direi, vou estar ao lado dele na jornada. Fiz três perguntas a Marcelo Medeiros:
O que você imagina que vai sentir quando a bolar rolar para Inter e Bahia no Beira-Rio?
Vou sentir emoção e responsabilidade. Emoção por ver meu clube do coração de volta a seu devido lugar. Estamos em processo de reconstrução. É preciso tempo, dar continuidade ao trabalho, perseverança. E responsabilidade para fazer uma campanha digna, lutando jogo a jogo.
Como frequentador do Beira-Rio desde cedo, qual sua melhor lembrança de Brasileirão?
Frequento o Beira-Rio desde a inauguração e estive presente nas finais de campeonatos brasileiros de 1975, 1976 e 1979. Vi o gol iluminado (o de Figueroa na final contra o Cruzeiro em 1975), a tabelinha de cabeça entre Falcão e Escurinho (contra o Atlético MG, na semifinal de 1976) e o título invicto em 1979 são lembranças marcantes. Mas a primeira Libertadores, e o Fernandão comemorando o título mundial, são momentos inesquecíveis.
Seu pai dirigiu o Inter no vice-campeonato da Copa União em 1987, quando ninguém esperava que o time fosse tão longe. Até onde este Inter pode ir em 2018? Virão reforços ou o elenco é este mesmo? O que dizer aos colorados antes de a bola rolar?
Coincidentemente, meu pai foi eleito em um período de grande dificuldade financeira. Na sua posse, fez uma frase que é lembrada até hoje (Eu vim para pagar títulos, não para ganhar títulos). Confiamos muito no trabalho do departamento de futebol e no grupo de jogadores. O Inter sempre estará atento para qualificar o elenco. Uma coisa é certa: lutaremos muito durante este ano. A presença da torcida colorada será fundamental. O Inter, em um Beira-Rio lotado, fica muito mais forte. É o momento de ser sócio do clube. Juntos chegaremos mais longe.