Após a reação negativa do mercado à indefinição do governo Lula sobre o pacote de corte de gastos, auxiliares do presidente da República se apressaram para esclarecer que o governo levará adiante os ajustes necessários para a estabilidade fiscal. Uma nova conversa entre o presidente e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve tratar nesta quarta-feira (30) das propostas desenhadas pela equipe econômica.
“Quem apostar contra o Brasil vai perder, o presidente Lula vai fazer os ajustes necessários para manter o crescimento do país, escreveu nas redes sociais, nesta quarta, o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Outros auxiliares do presidente também atuam nos bastidores para acalmar os ânimos de investidores, assegurando compromisso com as contas públicas. A justificativa é de que falta apenas a análise jurídica do Executivo antes que o plano seja apresentado.
Haddad tem dito que o conjunto de medidas de corte de gastos envolve temas que já tramitam no Congresso. Se depender do titular da Fazenda, haverá uma revisão das regras do seguro-desemprego e do abono salarial. Os benefícios serão mantidos, mas com mudanças para desestimular a rotatividade no trabalho.
As equipes da Fazenda e do Planejamento também buscam maneiras de evitar o pagamento de salários acima do teto constitucional. Apesar de já existir regramento contra os chamados "supersalários", eles ainda são pagos a milhares de servidores.
A palavra da vez entre os envolvidos na elaboração do pacote é "eficiência" com os gastos públicos. Com inflação em alta e desconfiança sobre o cumprimento do arcabouço que limita o crescimento de gastos, o governo terá de provar, contudo, o efeito prático das medidas, e que tem força para aprová-las no Congresso.