O governo federal trabalha nos últimos ajustes para realizar a primeira entrega de residências aos atingidos pela enchente de maio no Rio Grande do Sul. A Secretaria Extraordinária de Reconstrução prevê um total de 395 unidades em Porto Alegre e ao menos duas cidades da Região Metropolitana. O presidente Lula avalia uma viagem ao Estado nos próximos dias para a entrega simbólica de chaves, além de outras agendas de governo.
Segundo o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, já foi aprovado o repasse de 128 residências do programa Compra Assistida, em que o governo adquire imóveis usados de até R$ 200 mil e repassa às famílias. Também estão prontos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida com um total de 1.400 unidades, sendo 367 direcionadas a pessoas que perderam suas casas em maio. São construções em Porto Alegre, Viamão e Gravataí. As primeiras famílias serão chamadas na próxima semana para entrega de documentação.
Até agora, de acordo com o ministro, as prefeituras enviaram ao governo 2.968 cadastros de famílias que podem receber novas residências. A Defesa Civil já validou 654 cadastros, que agora passam por novas análises de órgãos federais. Pimenta diz que expectativa é de que o governo entre "em um ritmo acelerado" de entregas.
Em Porto Alegre e Região Metropolitana, a oferta de imóveis usados e de empreendimentos em fase final de construção deve ser suficiente para atender à demanda. A maior dificuldade é em regiões do Interior, onde haverá necessidade de novas obras em áreas que não corram risco de inundação.
— Em cidades pequenas você não encontra um estoque de imóveis prontos nas construtoras ou de imóveis que as pessoas queiram vender. Estamos criando no Interior o Minha Casa Minha Vida Calamidades para a área rural, em que vamos transferir até R$ 86 mil por unidade habitacional por meio das prefeituras, cooperativas e sindicatos. E vamos ter uma edição especial do Minha Casa Minha Vida com bônus de remuneração para imóveis prontos em até 10 meses — explicou Pimenta.
A compra de imóveis pelo governo federal é destinada a famílias com renda máxima de R$ 4,4 mil. Neste caso, o governo paga 100% do imóvel. Pimenta diz que há em torno de 5 mil imóveis cadastrados pela Caixa aptos a serem adquiridos, mas o processo depende da validação das informações repassadas pelas prefeituras.