O governo Lula está convicto de que reverterá a queda nos índices de aprovação com a entrega de obras e políticas públicas. Na primeira reunião ministerial do ano, realizada nesta segunda-feira (18), o resultado das últimas pesquisas de opinião esteve na pauta. A distância entre os bons números da Economia em 2023 e a percepção dos eleitores, contudo, foi relativizada.
O encontro no Palácio do Planalto durou pouco mais de quatro horas. Foram transmitidas a fala inicial de Lula, que evitou potencializar o resultado das pesquisas, e uma apresentação de ações do governo pelo ministro Rui Costa, chefe da Casa Civil. A cobrança por resultados veio no momento em que a reunião foi fechada, quando Lula defendeu que os ministros evitem lançar novos programas e intensifiquem entregas à população.
— O que se busca é bem explícito no exemplo do Minha Casa Minha Vida. Do novo programa, nós anunciamos, organizamos, as empresas apresentaram propostas. As obras só vão começar agora, quando haverá efeitos também no comércio, na geração de renda — afirmou Costa, em coletiva de imprensa.
Na linha do que tem defendido o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, Lula disse aos ministros que é preciso haver transversalidade na divulgação de ações do governo. Ou seja, é preciso deixar claro que toda ação é do governo, e não de uma ou outra área.
Nos próximos meses, o governo quer contar com a entrega mais efetiva de outras políticas públicas. A ampliação de vagas em escolas de ensino integral, investimentos em rodovias e unidades de saúde também foram elencadas como medidas prioritárias.
— Nossa percepção é de que o reconhecimento da população vai ocorrer ao longo do ano, oscilações de avaliação são naturais, não há sobressalto, temos no horizonte que é preciso afunilar e melhorar as entregas a partir de agora — complementou o ministro.
Costa negou que o governo tenha intenção de criar políticas específicas para o público evangélico, no qual há maior rejeição de Lula. O objetivo, disse, é não distinguir crenças na elaboração dos projetos e evitar que a religião seja utilizada na disputa político-partidária.
Durante a reunião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também fez uma apresentação aos colegas da Esplanada com as perspectivas para o ano. Um dos principais desafios do governo será manter o ritmo de investimentos e gastos públicos com a promessa de alcançar o déficit zero.