Como se esperava desde que foi anunciada a queda do ditador da Síria, Bashar al-Assad, o petróleo sobe nesta segunda-feira (9). Não pela deposição de uma das ditaduras mais sanguinárias do planeta, mas pela incerteza sobre o grau de radicalismo dos rebeldes que obtiveram uma vitória ainda cercada de interrogações.
A alta é relativamente modesta – 1,14%, para US$ 71,93 no início da manhã – e ainda tem "ajuda" de um novo movimento da China para estimular sua economia, que projeta algum aumento na demanda pela matéria-prima.
A Síria tem pequena produção de petróleo, pouco relevante, ao redor de 0,05% do total mundial. Em 2023, ficou em 45º lugar entre os países com maior produção.
Mas se não é decisiva para o abastecimento global, por que há impacto? O rearranjo de poder na Síria tem desdobramentos geopolíticos que podem afetar o Oriente Médio e além. A mudança afeta dos vizinhos Israel e Turquia a aliados de Assad como Irã e Rússia.
Além do passado de Abu Mohammed al-Golani, líder do Hay’at Tahrir al-Sham (HTS, ou Organização para a Liberação do Levante), que integrou a al-Qaeda, há vários outros grupos ligados à derrubada de Assad. Ninguém sabe ainda qual dessas forças vai prevalecer e se haverá a manutenção do território atual Síria. Existem mobilizações para declarar regiões autônomas.
Apesar de todas essas dúvidas, o preço do petróleo sobe, mas segue abaixo dos momentos de maior tensão no Oriente Médio, com confrontos entre Israel e Irã.