No mesmo dia em que comunicou um choque de juro, com três altas seguidas de 1 ponto percentual, o Banco Central (BC) anunciou uma intervenção no câmbio.
A previsão é de fazer nesta quinta-feira (12) duas ofertas no valor total de US$ 4 bilhões. Serão feitos os chamados "leilões de linha", quando o BC vende reservas internacionais no mercado à vista, com compromisso de recompra em prazo determinado.
Obviamente, a intenção do choque de juro e da intervenção no câmbio é baixar o dólar. Na véspera, a cotação havia caído 1,3% e fechado abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 28 de novembro, dia do anúncio do pacote de corte de gastos , que gerou frustração no mercado. Nesta quinta-feira (12), o câmbio abriu em baixa de 1,1%, para R$ 5,89.
Até agora, tanto o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, quanto o futuro, Gabriel Galípolo, vinham dizendo que a instituição só intervém no câmbio em caso de "disfuncionalidade" (quando algo não funciona como o esperado).
Agora, ou a avaliação mudou ou foi detectada "disfuncionalidade". Na véspera, um levantamento do UOL detectou que o BC havia feito 113 vezes intervenções no mercado de câmbio nos quatro anos da gestão Bolsonaro, e apenas uma uma vez no governo Lula.
Mesmo considerando que houve uma pandemia no período entre 2019 e 2022, há uma diferença notável. O recorde nominal do governo anterior foi de R$ 5,912, enquanto o do atual atingiu R$ 6,081.