Com elevação de 0,56% em outubro, o IPCA em 12 meses ultrapassou o teto da meta de inflação. O acumulado desde novembro de 2023 ficou 4,76% - 0,26 pontos percentuais acima do limite de tolerância, como o mercado já previa.
A meta para o Banco Central (BC) é de 3% no ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos, o que define teto de 4,5%. Como a surpresa havia ocorrido com o IPCA-15, também conhecido como "prévia da inflação", desta vez o resultado não foi inesperado.
No entanto, reforça a percepção disseminada pelo tom duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o juro básico só para de subir quando chegar a 13%. E mais, que nem uma dose maior de alta, como 0,75 ponto percentual, está fora do jogo.
Como a coluna descreveu, caso de fato a inflação estoure o teto da meta, um dos primeiros atos do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo será escrever uma carta pública de explicações. A responsabilidade sobre os resultados de 2024 ainda é de Roberto Campos Neto, mas ele encerra o mandato em dia 31 de dezembro. E o resultado oficial do IPCA de 2024 só deve ser informado pelo IBGE depois da primeira semana de janeiro.
O sempre comentado e sempre adiado pacote de corte de gastos pode ajudar, mas apenas a manter o juro alto por menos tempo. Na medida que a duração e a temperatura das reuniões para montar as medidas vão crescendo, também aumenta a dúvida sobre o recheio do embrulho.
Como se previa, na ausência de pacote o dólar abriu em forte alta, de 1,28%, para R$ 5,749 nesta sexta-feira (8). E qual é o resultado de câmbio pressionado por muito tempo? Mais inflação...
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