A coluna tinha expectativa de que o pacote de corte de gastos pudesse vir antes da alta de juro, mas esse cenário não se confirmou. O Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou, por unanimidade, a decisão esperada de elevar o juro básico em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25%.
No comunicado, os diretores do Banco Central (BC) apontaram "assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação". Em bom português, esperam mais alta nos preços. E reafirmaram que há "maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada".
Não é à toa: nesta quarta-feira (6), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro veio com alta expressiva de 1,54%, depois de subir 1,03% em setembro. Acumula elevação de 4,7% no ano e de 5,91% nos últimos 12 meses. Em outubro de 2023, a alta do IGP-DI havia se limitado a 0,51%.
Alertou para o risco de alta do dólar em relação ao real, que não se confirmou nesta quarta-feira (6), mas espera na esquina, ao projetar "impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada".
Com o país à espera do pacote, que nesta quarta-feira (6) conseguiu se impor até a uma esperada alta do dólar, o Copom colocou sua oração na corrente do "anuncia logo":
"O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.