Já não haviam entrado novos alunos na ESPM neste ano — e não entrarão mais. A escola de Ensino Superior vai encerrar os últimos dois cursos de graduação que mantinha em Porto Alegre, Publicidade e Design.
Os demais (Administração, Design de Moda, Jornalismo e Relações Internacionais) haviam sido encerrados no ano passado.
Estudantes já matriculados não terão prejuízo. As aulas vão continuar ocorrendo na unidade da Rua Guilherme Schell, no bairro Santo Antônio, até o final do curso, afirma a empresa.
Com a mudança, a ESPM de Porto Alegre passará a atuar com foco em cursos de pós-graduação, extensão e educação executiva. Ou seja, a escola não vai fechar, apenas a graduação.
A decisão, conforme nota da empresa enviada à coluna (leia íntegra abaixo), ocorre "em virtude da redução substancial do número de candidatos ao longo dos últimos anos — uma realidade não apenas da escola, mas já conhecida no Estado".
O último vestibular foi realizado no início deste ano, mas sem quantidade necessária de candidatos aprovados. As etapas de inverno deste ano e de verão do próximo nem foram ou serão realizadas.
Funcionários já especulavam o fechamento da graduação e apontam os preços como uma das causas para baixa procura. As mensalidades da ESPM estão ao redor de R$ 6 mil — valor semelhante aos cobrados em unidades da empresa em São Paulo e Rio de Janeiro. Para comparação, as mensalidades dos cursos de Publicidade e Design na PUCRS estão, em média, cerca de R$ 3,3 mil ao mês.
A unidade da Padre Chagas ainda não foi ativada. A empresa não comenta o andamento das obras.
Íntegra da nota da ESPM
A ESPM informa que, em virtude da redução substancial do número de candidatos ao longo dos últimos anos - uma realidade não apenas da escola, mas já conhecida no estado - não abrirá novas turmas para os cursos de graduação em Porto Alegre. A decisão tem como propósito ajustar a oferta à demanda local.
Com isso, o campus de Porto Alegre passa a integrar o direcionamento estratégico de expansão da ESPM mantendo sua atuação local em cursos de pós-graduação, extensão e educação executiva, assim como acontece nas praças como Florianópolis, Curitiba, Goiânia e Salvador.
A medida não acarreta qualquer prejuízo aos alunos matriculados ou ao corpo docente, com a manutenção das aulas das turmas de graduação já em curso até a formatura ou transferência voluntária para os campi de São Paulo ou do Rio de Janeiro.
* Colaborou João Pedro Cecchini