Tem crescido o número de empresas que buscam, em vez da recuperação judicial, uma renegociação direta com os credores, fora dos tribunais.
Essa foi a opção de Casas Bahia e Tok & Stok, passando por nomes menos populares como Intercement, Araguaia Níquel Metais e Grupo Comodoro.
Essa escolha fez com que o volume de dívidas renegociadas por meio de recuperação extrajudicial crescesse 376% em 2024, somando cerca de R$ 36,8 bilhões – maior valor da história, segundo o Observatório Brasileiro de Recuperações Empresariais (Obre), coordenado pela advogada gaúcha Juliana Biolchi.
Embora esse mecanismo exista desde 2005, até há pouco era pouco compreendido, portanto raramente utilizado.
— Com a reformulação, em 2020 e as mudanças no cenário econômico pós-pandemia, a modalidade ganhou relevância. É uma alternativa eficaz para empresas que buscam reestruturar a dívida de forma ágil e menos burocrática — detalha Juliana.
Nesta semana, a gaúcha lançou o livro A Nova Recuperação Extrajudicial, organizado em parceria com o professor Alexandre Nasser de Melo. É uma coletânea de artigos, resultado de dois anos de curadoria, tratando das novas diretrizes da recuperação extrajudicial no Brasil depois das mudanças da Lei 14.112/2020.