Está aprovado pelo Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) de projeto da Melnick para construir empreendimento com três torres residenciais — duas de 66 metros de altura e uma de 56 metros — onde ficava o antigo Ginásio da Brigada.
A intenção da construtora, a partir da aprovação, é encaminhar o projeto de arquitetura, com previsão de iniciar as obras em 2025. A área foi negociada entre a Melnick e a Verdi, que a havia recebido em pagamento pela construção do presídio de Sapucaia do Sul. As torres de 66 metros de altura vão ter 23 pavimentos, e a torre de 56 metros, 20.
A altura máxima permitida para região, no entanto, é de 52 metros, ou 17 andares. O secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre, Germano Bremm, afirma que, para aprovar empreendimento com altura superior à autorizada pelo Plano Diretor, é necessário tramitar como projeto especial de impacto urbano.
— É muito comum, 66 metros (de altura) para aquela região é muito tranquilo. Não é nada que não se tenha, de forma tradicional, aprovado em Porto Alegre. A gente tem vários prédios que ultrapassam (os 66 metros) — afirma Bremm sobre a exceção aberta.
O secretário observa, ainda, que a aprovação teve "ampla maioria". Foram 20 votos favoráveis, quatro contrários e duas abstenções. Para aprovação do estudo de viabilidade urbana de projetos especiais, aponta o secretário, características do projeto são consideradas, da localização ao uso do empreendimento.
— Primeiro, é feita análise técnica do município, que avalia as condições do projeto, se tem interlocução com patrimônio histórico, características da via, para autorizar o acréscimo de altura. É um terreno grande, então comporta esse tipo de projeto, que conversa estritamente com o que entendemos adequado para a cidade, possibilitando maior adensamento e uso misto do espaço (com comércio e residências), que também, do ponto de vista de sustentabilidade e crescimento, é extremamente adequado.
Foram apresentadas condições de mobilidade, circulação e trânsito, além de amortecimento pluvial e implementação de áreas de lazer equipadas. Uma das intenções da Melnick é transformar a esquina emblemática em uma referência de gastronomia.
Agora, o estudo de viabilidade urbana vai para homologação da prefeitura de Porto Alegre. Depois, é necessária a aprovação do projeto arquitetônico, de responsabilidade da Melnick, para alcançar o alvará de construção. A empresa tem até 18 meses para apresentar o projeto arquitetônico.
*Colaborou João Pedro Cecchini