Depois de pedidos explícitos para que sustentasse tecnicamente - sem aspas - a recomendação da volta do horário de verão, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) publicou a nota de 74 páginas que embasou a decisão (confira o original clicando aqui).
Conforme o órgão que coordena o sistema integrado nacional de energia, o horário de verão poderá trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima noturna.
Em valores, estima redução de custos com consumo de combustível para termelétricas, de R$ 356 milhões caso se confirme a menor previsão de chuva e de R$ 244 milhões caso haja maior precipitação no período de outubro a fevereiro de 2025.
E ainda projeta que uma redução estimada em cerca de 2 mil megawatts (ou gigawatts) na chamada "ponta de carga" com a adoção do horário de verão permitiria deixar de desembolsar cerca de R$ 1,8 bilhão em um ano.
Para entender, essa conta considera a redução no pagamento feito a vencedores do leilão de reserva de capacidade feito em 2021. São usinas que ficam "de plantão" - daí a expressão "reserva" para entrar em operação caso haja necessidade.
Conforme dados recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 53,8% da geração no Brasil vem de hidrelétricas. Caso se confirme o alongamento de uma das maiores secas que já afetaram o Brasil, a reserva de água nas barragens vai diminuir e será preciso acionar usinas que usam combustível caro para operar.
Como se sabe, todo esse custo é repassado para os consumidores nas contas de luz, por meio do sistema de bandeiras e pelos reajustes anuais da tarifa.