Não por acaso, o "consenso de mercado" de três altas seguidas de 0,25 ponto percentual no juro básico veio depois do "pibão" do segundo trimestre.
Nesta sexta-feira (13) - combinando com a data - o Banco Central (BC) informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) caiu 0,4% em julho, depois da forte alta de 1,4% de junho.
É o segundo sinal negativo, depois da deflação de agosto, antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve iniciar um "miniciclo" de alta do juro no Brasil.
E agora, BC? Como justificar um aumento na taxa Selic quando o país registra deflação - ainda que quase simbólica, como a coluna destacou - e redução na atividade econômica?
O economista André Perfeito, que admite seus próprios erros, sustenta que o juro só vai subir porque o mercado tem errado ainda mais.
Por outro lado, se a primeira decisão depois do anúncio oficial do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, contrariar o "consenso de mercado", pode gerar ainda maior desancoragem de expectativas.
Vai ser a reunião da "âncora flutuante", expressão absurda que tenta simbolizar o paradoxo atual na economia.