No balanço do segundo trimestre, a construtora gaúcha Melnick teve prejuízo líquido de R$ 28,8 milhões, um raro dado negativo na trajetória da empresa.
Claro, o desempenho foi impactado pela enchente, como o de várias outras empresas gaúchas. Mas em julho, a empresa lançou três projetos com valor geral de vendas (VGV, quantia esperada com os negócios) de R$ 189 milhões. E vendeu 40% do total em um mês.
Os lançamentos foram os prédios residenciais Yofi (de alto padrão no Bom Fim), o GO Moinhos (para investidores, na Rua 24 de Outubro), em Porto Alegre, e o Grand Park Moinhos, em Canoas (de entrada).
— Tivemos um segundo trimestre bastante afetado, mas quisemos incluir informações do mês subsequente para mostrar o que está acontecendo ao investidor de fora do RS. Tivemos a coragem de fazer esse lançamentos e os dados de julho foram surpreendentemente fortes — detalha Leandro Melnick, CEO da Melnick.
Um dos motivos do prejuízo do segundo trimestre, explica o empresário, foi o fato de que a empresa paralisou suas operações. O sistema de contabilização do setor apura lucro conforme o andamento das obras. Por isso, sustenta que não houve perda econômica para a empresa.
— Não é uma situação em que o shopping estava aberto e nossa loja não vendeu. Fechamos o shopping. Voltamos todos os esforços em ajuda social, fizemos abrigos em estandes de venda. Colaboramos para limpar a cidade. As obras não tiveram andamento físico. Isso foi possível porque nosso produto não é perecível, podemos vender depois.
A retomada da construtora gaúcha foi reforçada com o prêmio na categoria profissional de empreendimento residencial do ano para o Teená, lançado em 2019, na 30ª edição do Prêmio Master Imobiliário.
— Estamos vivendo um momentos em que os gaúchos precisam restaurar sua autoestima. Não podemos adotar só o viés do pânico, porque pode virar profecia autorealizável. Somos uma empresa de capital aberto (com ações negociadas em bolsa) mostrando dados oficiais. Tivemos uma das conferências com maior participação de analistas de mercado, que queriam saber não só da Melnick, mas do RS — reforça Leandro.
Somadas as vendas dos três lançamentos com unidades em estoque, a Melnick alcançou R$ 100 milhões em vendas em julho, segundo o empresário um dos melhores resultados mensais desde que a empresa negocia ações na bolsa.
— É o terceiro ano que recebemos prêmio no Master, o único com impacto na América Latina. Isso ajuda a trazer boas notícias para Porto Alegre. Nosso propósito é contribuir com o desenvolvimento da cidade e esse destaque também é para a Capital — afirma.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo