O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Um estudo da PwC aponta que as empresas familiares brasileiras até estão mais avançadas do que a média global em uso de inteligência artificial. No entanto, conforme o sócio da PwC Brasil, Rafael Biedermann, os negócios familiares gaúchos não acompanham a evolução e estão abaixo da média nacional.
A edição deste ano da pesquisa NextGen indica que 47% dos representantes de empresas familiares brasileiras entrevistados já começaram a explorar a inteligência artificial. O nível global é menor, de 37%. O estudo não detalha o índice do Rio Grande do Sul, mas, segundo Biedermann, está mais próximo do global do que do nacional.
O momento econômico que o Estado vive, ainda com impactos da enchente, ajuda a explicar o viés de baixa. Biedermann afirma que diversos negócios gaúchos têm outras preocupações de curto prazo, deixando o avanço tecnológico em segundo plano.
— As empresas estão mais voltadas para a crise e para a reconstrução. É momento para cuidar do negócio.
A pesquisa da PwC ainda revela que 64% dos respondentes brasileiros acreditam que há uma oportunidade para as empresas familiares se posicionarem na vanguarda do uso de tecnologias. A média global é de 50%. Conforme Biedermann, o Rio Grande do Sul também se posiciona atrás da média nacional no índice.
No entanto, após a crise da enxurrada, o sócio da PwC Brasil prevê que o Estado, inclusive, ultrapasse a média nacional em uso de inteligência artificial.
— Tradicionalmente nos apresentamos como um povo que cresce, se desenvolve e supera as adversidades, explorando nossa raiz empreendedora e inovadora.
Neste ano, a pesquisa da PwC ouviu cerca de 900 representantes de empresas familiares, entre 18 e 40 anos.
*Colaborou João Pedro Cecchini