O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Um balanço da construção civil apresentado nesta quarta-feira (14) em evento do Sinduscon-RS traçou as novas perspectivas do mercado. Depois de três anos de aquecimento, no período da pandemia, o setor enfrentou um período de elevação de juro que comprometeu a obtenção de resultados em igual patamar aos de 2020, 2021 e 2022.
Com o início da trajetória de queda da Selic (hoje, em 10,50% ao ano) em agosto de 2023, os ventos começaram a mudar. Doze meses mais tarde, no acumulado até julho, os valores de financiamento via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) já chegam a R$ 158 bilhões.
A modalidade, que permite a captação via recursos da poupança, é mais utilizada nos projetos de alto padrão, enquanto os programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, acessam mais os recursos do FGTS, que também estão em elevação. Somam R$ 130 bilhões, em igual período.
Diante dos números, o presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum, aponta que o fator climático teve efeito momentâneo, mas as expectativas indicam que, com um pouco de estabilidade na economia, será possível manter a tendência de alta.
No comparativo entre os primeiros seis meses de 2023 e 2024, houve queda de R$ 4,6 bilhões para R$ 3,5 bilhões no valor geral de vendas (VGV), mas nada que desanime, sobretudo tendo em vista os acontecimentos recentes no Estado.
O dirigente também destaca mercados que tiveram performances em alta. É o caso de Passo Fundo e região, bem como cidades do Litoral Norte.