“A catástrofe humanitária no Rio Grande do Sul e o recorde de focos de incêndio no Pantanal tornam ainda mais urgente a necessidade de unirmos esforços para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, é a frase que abre o texto de apresentação do Pacto Econômico com a Natureza, lançado nesta quarta-feira (28).
O movimento reúne empresários e altos executivos de grandes empresas privadas.
Alguns participantes não causam surpresa, porque atuam há muito tempo com foco na preservação ambiental, outros sim.
Integram a iniciativa nomes como os de Ana Paula Pessoa (Credit Suisse), Candido Bracher (Itaú), Eduardo Sirotsky Melzer (eB Capital), Eugênio Mattar (Localiza), Horácio Lafer Piva (Klabin), Guilherme Benchimol e José Berenger (XP), Guilherme Leal (Natura), Jaime Garfinkel (Porto Seguro), Rubens Menin (MRV) e Rubens Ometto (Cosan).
Conforme os responsáveis pelo documento, o movimento nasceu da sensação de que os alertas sobre a mudança climática ainda não produziram respostas suficientes.
O texto ainda destaca que o Brasil tem "vantagens competitivas que nos são exclusivas e de que o mundo necessita", que dão oportunidade de "gerar renda e empregos e, ao mesmo tempo, preservar as áreas verdes e transformar espaços urbanos".
Leia o texto na íntegra
A catástrofe humanitária no Rio Grande do Sul e o recorde de focos de incêndio no Pantanal tornam ainda mais urgente a necessidade de unirmos esforços para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Não temos à mão fórmulas prontas, soluções fáceis. Mas, como cidadãos perplexos com o impacto socioeconômico dos eventos extremos e com o despreparo da nossa nação, manifestamos aqui nosso compromisso de buscar as saídas em conjunto com toda a sociedade.
Precisamos colaborar com o Executivo na estratégia de combate ao desmatamento ilegal e na recuperação de áreas degradadas. Precisamos contribuir com o Legislativo na criação de leis que disciplinem o licenciamento ambiental e protejam as florestas. Precisamos incentivar um Judiciário atuante na defesa do direito constitucional ao meio ambiente, algo em que o Brasil, aliás, foi pioneiro e referência. Precisamos dos Três Poderes alinhados —tanto no diagnóstico das oportunidades e riscos pela frente, como no compromisso em torno de um programa que faça do Brasil uma potência de soluções sustentáveis.
Não é justo, porém, empurrar todo o ônus para o Poder Público. E não é produtivo gastar tempo apontando culpados, caçando bruxas. Todos os brasileiros temos a responsabilidade de transformar a dor em esperança e de repensar hábitos e processos.
Entendemos que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da nossa economia à nova realidade do clima. Seja porque atuais fontes de geração de riqueza no país estão sob risco, seja porque uma mobilização de conformidade ambiental dará acesso a mais recursos e mercados.
Um pacto econômico com a natureza impulsionará a nação no cenário global. Temos vantagens competitivas que nos são exclusivas e de que o mundo necessita. Podemos gerar renda e empregos e, ao mesmo tempo, preservar as áreas verdes e transformar espaços urbanos.
Em 2025 o Brasil será anfitrião da COP, fórum global que discute o enfrentamento da crise climática. É fundamental que o país construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento. O empresariado e os Três Poderes precisam se unir o quanto antes para encarar esse desafio, em uma coalizão em defesa do nosso meio ambiente, da nossa economia e da prosperidade da nossa população.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo