No Brasil, saiu até barato o apagão da Microsoft provocado pela falha na atualização do sistema de segurança da CrowdStrike.
O impacto nacional mais severo identificado até agora ocorreu para clientes de bancos que estão com o aplicativo fora do ar. Como é um dos que têm maior número de clientes, o mais afetado é o Bradesco.
Do ponto de vista global, os prejuízos são monumentais. Cerca de 1,4 mil voos cancelados no planeta e sistemas de bancos, grandes empresas e até bolsas de valores inacessíveis projetam um valor de perdas ainda difícil de ser avaliado, mas com muitos dígitos.
A Microsoft já tentou se vacinar, observando em nota oficial que o problema se originou em um "software de terceiros". No entanto, como tem valor de mercado - de incríveis US$ 3,57 trilhões - mais de 40 vezes maior do que o da fornecedora, já possível antever uma onda de ações contra a big tech de Bill Gates.
É bom entender que a CrowdStrike não é nenhuma startup. Seu valor de mercado está em torno de US$ 80 bilhões - e obviamente derrete nesta sexta-feira. No chamado "pré-mercado" (negociação de ações antes da abertura formal), as ações da fornecedora do software que deu defeito já caíram cerca de 15%, enquanto as da Microsoft recuaram menos de 2%.
Como as duas companhias são americanas - a CrowdStrike é de Austin (Texas), a conta vai chegar. Os Estados Unidos têm uma longa tradição jurídica de responsabilizar empresas sobre suas escolhas.
Outra "instituição" americana são as chamadas "class actions", processos que permitem representar um grande grupo de prejudicados por decisões ou consequências de decisões corporativas.
*Esta nota será atualizada à medida que surgirem novas informações