Ao menos quatro empresas afetadas pela enchente na Região Metropolitana estudam alternativas a financiamentos convencionais, que têm enfrentado atraso e outros problemas.
Para alavancar recursos para reconstrução, estudam empréstimos que podem ser convertidos em participação no negócio e até venda direta de uma fatia a investidores que façam aportes. O potencial alavancado por essas movimentações específicas é de até R$ 30 milhões.
Esse é um primeiro levantamento dos resultados obtidos pela plataforma da Ocean Crowdfunding, de Caxias do Sul, com o projeto SOS Empresas RS, para conectar empreendedores e investidores.
Segundo o CEO da empresa, André Tessari, as operações são uma forma de compensar os prejuízos da enxurrada.
— É um momento desastroso para todas as empresas afetadas. Por outro lado, abre oportunidades para investidores que talvez nunca ocorressem.
Os financiamentos ocorrerão via private equity (venda de parte de empresas) e mútuo conversível (crédito que pode ser pago com juros ou convertido em participação societária). É um formato que permite a negócios captar recursos com atração de novos parceiros comerciais.
— Há maior flexibilidade nas condições de financiamento, diferente dos bancos tradicionais. O empreendedor pode sugerir taxas e prazos, por exemplo — diz Tessari.
A Ocean Crowdfunding tem plataforma regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para intermediar negociações entre empreendedores e investidores em ofertas públicas e privadas. Com o projeto SOS Empresas RS, oferece taxa reduzida para operações de equity e mútuo conversível, de 5% do valor arrecadado.
A iniciativa SOS Empresas RS vai até 31 de agosto. Para participar, é preciso acessar o site da campanha. As modalidades têm limite de captação de R$ 15 milhões para negócios com receita bruta de até R$ 40 milhões ao ano. A Ocean Crowdfunding estrutura os projeto das empresas cadastradas para, em seguida, colocá-las em negociações com investidores em até 60 dias.
*Colaborou João Pedro Cecchini