No ano passado, o restabelecimento das relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela suscitou expectativa de aumento na nas exportações da Região Sul ao país vizinho.
Nesta segunda-feira (29), os relatos truncados do resultado da eleição venezuelana, com direito à autoproclamação de Nicolás Maduro como vencedor sem apresentação das atas eleitorais, depositam nova camada de incerteza sobre a relação bilateral e sua consequência para o comércio exterior.
O Brasil fez uma nota oficial hesitante e cautelosa porque nem a diplomacia nacional tem fé nessa autoproclamação, assim como no suposto resultado de 80% das urnas apuradas, com 51,2% de votos para Maduro e 4,4 milhões paras o opositor, Edmundo González Urrutia.
É bom lembrar que o novo autoproclamado presidente da Venezuela, há pouco mais de uma semana, afirmou que as eleições no Brasil não são auditadas. Foi sua reação a uma luz levantada deste lado da fronteira, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia afirmado que se "assustou" com declarações de Maduro sobre o risco de um "banho de sangue" no país se ele não vencesse a disputa.
E agora, quem vai auditar as eleições na Venezuela, consideradas suspeitas por governos que vão do mais esquerdista no Chile ao "anarcocapitalista" na Argentina.
No ano passado, contrariando a expectativa, as exportações do Brasil para a Venezuela caíram ainda mais, 13,3%, para US$ 1,15 bilhão. No ano anterior, haviam alcançado US$ 1,33 bilhão. As vendas nacionais ao país haviam despencado 91,5% entre 2014 (US$ 4,6 bilhões) e 2017 (quase invisíveis US$ 392 milhões).
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