Aliar a formação técnica ao desenvolvimento social e humano dos estudantes. É a partir desse princípio que a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) desempenha uma série de atividades de atuação social voltadas à comunidade externa. Com a participação de professores e alunos voluntários, 16 iniciativas, das mais diversas áreas do conhecimento, levam serviços em saúde, atendimento jurídico, práticas esportivas e oficinas de música para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Defendida como uma ação indispensável no que diz respeito à formação social e humana dos alunos, as atividades de atuação social ocupam um papel importante na estrutura organizacional da instituição. É o que afirma o reitor da Unisinos, Pe. Sérgio Mariucci. Para ele, além de formar profissionais, é necessário que a universidade forme seres humanos preocupados com o bem-estar social.
– Nós chamamos esse processo de educação integral, pois a formação leva o aluno a ter experiência dentro e fora da universidade. Quando os alunos vão até às comunidades e atendem as pessoas, eles levam o benefício de suas formações, mas também geram um impacto social diferente. Essa é uma interação que integra a formação profissional do aluno, mas, sobretudo, traduz um aprendizado que os estudantes levam para vida deles – afirma o reitor.
Alinhado aos pilares de ensino, pesquisa e extensão, as iniciativas quebram as barreiras físicas do ambiente acadêmico e levam as atividades para o lado de fora da universidade, oferecendo não somente serviços, mas também conhecimento e capacitação. Para além das ações de impacto direto, como assistência jurídica e amparo em serviços de saúde, por exemplo, as atividades contemplam ainda ações em educação ambiental, orientação financeira para pessoas em situação de superendividamento, inclusão digital, atividades direcionadas à terceira idade e promoção de debates antirracistas, além da construção de propostas pedagógicas voltadas à qualificação das escolas públicas de São Leopoldo..
O coordenador do Centro de Cidadania e Ação Social da Unisinos, Pe. Antônio Tabosa, explica que essas atividades cumprem um papel importante na formação integral dos alunos.
– Essas ações representam um compromisso com o cuidado pela vida em todas as suas dimensões. A formação integral é essencial para preparar cidadãos que, além de altamente capacitados em suas áreas, sejam éticos e conscientes de suas responsabilidades sociais e ambientais – comenta Tabosa.
Ainda de acordo com o gestor, as iniciativas devem ser ampliadas no ano que vem. No próximo ano, por exemplo, o Programa de Atenção Ampliada à Saúde será expandido.
– Além dos serviços já oferecidos em psicologia, nutrição e enfermagem, será incluído o atendimento em psiquiatria, com implementação prevista para 2025 – complementa.
Atuação na crise climática
O papel social desempenhado pela instituição não restringe-se apenas às atividades periódicas desenvolvidas pelos programas e projetos da Unisinos. Durante a enchente de maio deste ano, que atingiu diversas localidades do Rio Grande do Sul, o campus São Leopoldo abriu suas portas para receber desabrigados que tiveram suas casas atingidas pelas águas. Ao todo, o espaço acolheu cerca de 1,5 mil pessoas, tornando-se o maior abrigo do município. Mariucci comenta que o momento mostrou a importância da instituição já estar habituada à prestação de serviços assistenciais.
– Na época da enchente, acredito que se nós não tivéssemos na universidade já essa estrutura de ações sociais, talvez o nosso atendimento não teria sido tão eficiente. Em questão de 24 horas nós já tínhamos o ginásio completamente pronto para receber as pessoas e nossas equipes já estavam completas, prontas para oferecer os mais diversos tipos de atendimento – conclui o reitor da instituição.
No campus São Leopoldo, a corrente de solidariedade formada por alunos, professores, egressos, funcionários e colaboradores de empresas auxiliou o acolhimento dos atingidos. O trabalho coletivo assegurou que os desabrigados tivessem toda infraestrutura e aparato necessário para garantir a saúde, a alimentação, a segurança, as atividades recreativas para crianças e adolescentes e o suporte farmacêutico.
As ações estenderam-se ainda ao campus Porto Alegre, onde diariamente os cursos de Gastronomia e Nutrição produziam cerca de 1,2 mil refeições para doação em abrigos da capital e da região metropolitana do Estado, entre outras iniciativas que envolveram os diversos cursos da instituição.