Primeira instituição financeira cooperativa do Brasil, o Sicredi atuou em várias frentes durante a enchente e soma R$ 60 milhões em desembolsos. Agora, quer aumentar sua participação no mercado de crédito, a exemplo do que ocorreu na região do Estado americano de Louisiana, afetado pelo furacão Katrina em 2005.
O fenômeno que arrasou New Orleans e costuma ser usado como base de comparação com o dilúvio de maio no Rio Grande do Sul fez com que os bancos perdessem grandes fatias desse mercado para as cooperativas.
Quem apresentou os dados foi o economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes, a partir do estudo estudo Katrina 10 anos depois: lições de cooperativas de crédito e bancos, feito pelo professor emérito da Universidade do Sul do Mississipi Mark Klinendinst.
— Os bancos tiraram o pé e apostaram em outros lugares, mas o modelo cooperativo não pode se dissociar da atuação local — destacou Nunes.
O motivo da "fuga dos bancos" foi o temor de conceder financiamentos e não receber o dinheiro de volta. As cooperativas, que conheciam mais seus clientes e tinham atuação mais local, aumentaram sua participação no mercado de crédito em 66,7%, enquanto a dos bancos encolheu 30,6%.
Para entender o gráfico
As posições de cooperativas e bancos foram consideradas como a "base cem" em 2005, ano do furacão Katrina. Antes do fenômeno, é possível ver uma certa alternância entre as duas opções de crédito no predomínio do mercado. Depois, a fatia dos bancos despenca, quando a das cooperativas decola.