Perder o emprego e ficar sem renda é a maior preocupação financeira de 43% dos porto-alegrenses. Em comparação a junho passado, o indicador cresceu 30%, segundo pesquisa dos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul.
A crise provocada pela enchente no Estado ajuda a explicar a alta. O levantamento mostra que 17% dos entrevistados foram "muito afetados" pela cheia. Outros 16% se declaram "afetados". Cerca de 44% deixaram de pagar alguma conta no primeiro semestre deste ano, sendo que cerca de 15% em razão da enxurrada.
O cartão de crédito lidera o ranking de inadimplência (41%), seguido pelo aluguel (17%). O que mais pesa no bolso dos porto-alegrenses, diz a pesquisa, são os alimentos (56%), combustíveis (20%) e energia elétrica (12%).
— Muitos também não tinham qualquer reserva de emergência e, após a enchente, precisaram recorrer a empréstimos bancários, financiamentos ou cartões de crédito para cobrir as despesas, comprometendo ainda mais o orçamento — afirma o presidente do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Estado, Romário Mezzari.
A pesquisa dos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul foi realizada entre os dias 10 e 13 de junho em Porto Alegre. Foram ouvidas 400 pessoas presencialmente.
*Colaborou João Pedro Cecchini