A coluna mencionou a necessidade de um "Plano Marshall" para reconstruir o Rio Grande do Sul depois da enxurrada, e já recebeu uma ideia para viabilizar a enorme quantidade de recursos que será necessária para a tarefa.
A proposta é negociar com a União uma suspensão temporária do pagamento da dívida pública, condicionada à demonstração de aplicação de recursos na recuperação econômica e social do Rio Grande do Sul.
O autor da ideia é o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha. É bom lembrar que Aod não é um economista que relativiza a necessidade de pagar dívidas, sejam públicas ou privadas.
— Jamais proporia algo assim, mas há justificativa econômica e legal para isso, uma calamidade pública de grandes proporções. A própria legislação federal prevê isso e já foi usada na pandemia. E por que só para o RS? Bom, me parece que isso é autoexplicativo — argumenta Aod.
O ex-secretário cogita, inclusive, da hipótese de que boa parte da aplicação desses recursos possa ser destinada a soluções de longo prazo frente à mudança climática.
— Poderia ser um projeto-piloto da União que provavelmente terá de ser utilizado em outras regiões, pelo que estamos observando das mudanças no clima — justifica.
Aod pondera, ainda, que a extrema necessidade do Rio Grande do Sul não será só de recursos financeiros, mas materiais e humanos, porque será preciso fazer muita coisa em pouco tempo, o que sempre foi um desafio para o Estado e para o país. Alerta, ainda, que a projeção dos custos não pode ser feita com base nos preços da infraestrutura antiga:
— Precisamos de um novo modelo de ocupação do solo e cidades. Tudo indica que irá acontecer novamente, infelizmente.
Para lembrar: para a urgência dos próximos dias e para a reconstrução nos seguintes, será necessária toda a ajuda disponível e mobilizável, por menor que seja. Se for grande, melhor ainda. Se puder, por favor, contribua. Saiba como clicando aqui.