Ao dizer que o Rio Grande do Sul passa pelo "pior desastre da história", o governador Eduardo Leite surpreendeu, inclusive por costumar ser mais moderado. Mas o tom não é alarmista, não apenas sobre a situação desta quinta-feira (2) em que a chuva não para de cair, mas para os próximos meses.
É preciso que as pessoas entendam a necessidade de se afastar de áreas de risco e que as demais não se coloquem sob ameaça, sobrecarregando a necessidade de socorro.
Hoje, a frustração do governador é não poder alcançar todas as pessoas ilhadas que esperam por um resgate. Não só não há aeronaves suficientes como faltam condições climáticas para voar em muitos dos locais com mais situações de risco.
Depois, o tamanho da reconstrução que vai desafiar o Estado é, sim, muito provavelmente, sem precedentes. O que ilustra a dimensão é estimativa de mais de uma centena de rodovias interrompidas, como a BR-290, e as cenas de pontes arrastadas pela água - históricas, como a de Rio Pardo, e cruciais para a conexão de cidades menores, como a de Sinimbu.
Isso sem contar o número de moradias e de redes de energia, saneamento e telefonia arrastadas pela água, de negócios inviabilizados por alagamento e a ampliação dramática das áreas de risco diante do solo encharcado. Essa é uma ameaça também ao abastecimento de produtos essenciais no Estado.
E, quando a chuva parar, haverá necessidade de enfrentar, ao mesmo tempo, muitas frentes de reconstrução, o que reforça a situação sem precedentes do Estado. Em abril de 2024, a restauração das perdas de setembro de 2023 não havia sido completada, e havia uma situação de problemas mais localizados. Agora, a área é muito maior.
Para lembrar: para a urgência dos próximos dias e para a reconstrução nos seguintes, será necessária toda a ajuda disponível e mobilizável, por menor que seja. Se for grande, melhor ainda. Se puder, por favor, contribua. Saiba como clicando aqui.