Depois de espinafrar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e até o presidente da República do Brasil , que seria mantido "em uma coleira", e reclamar de "censura" até na democratíssima Austrália, Elon Musk foi parar... na China.
Como a coluna já observou, é o primeiro da fila de países em que o dono da Tesla, do X (ex-Twitter) e do Space X nem ousa pronunciar a palavra "censura".
Até porque, de um ponto de vista muito pragmático, digamos, lá os posts no X não enfrentam qualquer regulação, pelo simples fato de a rede social ser simplesmente proibida de atuar.
Até porque não tem assuntos a tratar como dono do X, Musk se reuniu com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, com o figurino de maior acionista da Tesla, fabricante de carros elétricos que vem sendo ameaçada pela produção... chinesa.
A Tesla tem uma grande unidade de produção em Xangai, que abastece o consumo chinês e serve de base de exportações para a Europa. A Gigafactory da China produz cerca de metade dos componentes da Tesla.
Na bagagem da volta, Musk levou uma parceria com outra big tech, a gigante chinesa de buscas Baidu, portanto uma espécie de equivalente ao Google. O objetivo foi obter a tecnologia de mapeamento e navegação para dar implantar a direção autônoma em veículos (chamada e Full-Self Driving ou FSD). Essa tecnologia foi alvo de paródia dramática, não cômica, no filme O Mundo Depois de Nós, que teve financiamento e produção do casal Barack e Michele Obama.
Ou seja, o bilionário confirma as observações da coluna: os de fato, tem interesses que vão da regulação (mais) à mineração (bem menos). Mas seu foco não é, mesmo, o combate à censura. Muito menos em princípios.