O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Os efeitos da crise climática no Rio Grande do Sul foram captados no aumento da proporção de empresas em recuperação judicial nos últimos três meses de 2023. A plataforma de monitoramento – desenvolvida pela consultoria RGF & Associad – que reúne dados sobre a saúde da economia brasileira a partir da quantidade de companhias nessa situação aponta que, no Estado, houve elevação de 2,08 a cada mil pontos no terceiro trimestre do ano passado para 2,32 pontos no fechamento.
No país, o mesmo levantamento indica que o número de empresas em recuperação saiu de 1,79 no para 1,85, em igual período. O critério de análise considera a quantidade de companhias em recuperação judicial a cada mil empresas e avalia mais de 2,19 milhões de empresas de pequeno, médio e grande portes. Por aqui, chama a atenção que o índice mais elevado está nos laticínios, com 63,8 pontos. O setor enfrenta, e não é de hoje, uma crise provocada pela concorrência externa e bastante afetado pelas intempéries climáticas do segundo semestre do ano passado.
Na segunda posição, com 27,8 pontos, e na quarta, com 22,2 pontos, estão os armazéns gerais e os empreendimentos de fabricação de alimentos para animais, segmentos parcialmente destruídos, durante as enchentes e chuvas registradas na tragédia do Vale do Taquari. Na lista gaúcha também figura, na terceira colocação com 25,6 pontos, a construção de redes de abastecimentos de esgoto e construções.
O levantamento mostrou, ainda, que o número absoluto de empresas em Recuperação Judicial no país aumentou em 173 (considerando entradas e saídas), pulando de 3.872 para 4.045 (+4,5%). Já a base total de empresas cadastradas aumentou em aproximadamente 25 mil, saindo de 2,16 milhões para 2,19 milhões. Os dados se referem a matrizes de empresas ativas de pequeno, médio e grande portes.