O grande suspense sobre a formação do governo do presidente eleito da Argentina está prestes a terminar. Só falta a confirmação de Luis "Toto" Caputo aceitou o convite de Javier Milei para ser ministro da Economia.
Caputo era chamado de "Messi das finanças" no governo de Maurício Macri, durante o qual foi negociador do mega-acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) - o que já dá uma clara ideia das prioridades do novo governo.
Como a coluna relatou, no discurso de vitória, Milei havia agradecido o "apoio desinteressado" de Macri, gerando muito levantamento de sobrancelhas. Embora o ex-presidente não tenha muita popularidade na Argentina - sua candidata, Patrícia Bullrich, ficou em terceiro lugar -, o sinal de que seus indicados podem ocupar postos-chave no governo Milei é encarado com alívio, por moderar os arroubos do eleito, que se definia como "anarcocapitalista".
Caputo tem fama de "Messi das finanças", entre outros motivos, porque foi o negociador do acordo de US$ 44 bilhões feito com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no governo Macri. É a maior dívida de um país com o Fundo. Também trabalhou na criação de títulos de dívida da Argentina com de prazo longuíssimo: cem anos.
Caso a escolha se confirme, também indica que Milei tentará avançar na renegociação dessa dívida monumental, decisiva para a sobrevivência da economia argentina e para qualquer ambição de mínima estabilidade.
Formado em Economia pela Universidade de Buenos Aires e professor na pós-graduação da Universidade Católica Argentina, trabalhou comandando operações em grandes bancos internacionais na América Latina - caso do JP Morgan - e até no leste da Europa, para o Deutsche Bank. Fui presidente na Argentina do banco alemão até 2008, quando criou a Axis, sua gestora própria de fundos.
Conforme os jornais argentinos, uma das condições de Caputo para aceitar o cargo teria sido afastar a hipótese de que Emilio Ocampo, apontado como formulador da estratégia de dolarização que seria aplicada por Milei, venha a ser presidente do Banco Central - o último, como dizia o preidente eleito. Para o BCRA, então, iria Demian Reidel, que era número 2 na instituição no governo Macri. E Patrícia Bullrich, a candidata do PRO que foi chamada de "montonera asesina" por Milei na campanha, será secretária de Segurança do novo governo.