Em 3 de outubro, a bolsa de valores tocou sua pontuação mínima no ano até agora: fechou em 113.284 pontos. Em pouco mais de um mês, a situação se inverteu, e nesta terça-feira (14), o Ibovespa encerrou com alta de 2,29%, para 123.165 pontos - nível mais alto em 12 meses, mais próximo do recorde histórico de 130.776 de 7 de junho de 2021.
O dólar, por sua vez, caiu abaixo de R$ 4,90: fechou com queda de 0,93%, para R$ 4,862. E isso tudo ocorreu no dia em que o vice-líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias, apresentou emenda elevando a meta de déficit para 2024 de zero para até 1% do PIB. O mercado enlouqueceu? Não, só olhou lá para fora.
O bom humor veio com a parada na inflação dos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) fechou outubro estável: cravou 0%, conforme o Departamento do Trabalho, responsável pela apuração. A leitura dos analistas é de que esse resultado decreta o fim do ciclo de alta do juro nos EUA.
A coluna ouviu do economista-chefe do banco Itaú, Mario Mesquita, que o objetivo do discurso ainda duro de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) é menos preparar para mais um alta e mais segurar as especulações sobre quando começarão os cortes. Aqui no Brasil, onde a inflação está mais comportada, mas ainda longe do zero, essa percepção dá conforto extra para o Banco Central (BC) fazer o último corte de 0,5 ponto percentual do ano, em 11 de dezembro.