O quarta posição do porto de Rio Grande nas exportações brasileiras para os Emirados Árabes Unidos atraiu a atenção de uma empresa de Dubai - um dos emirados unidos. Saem do Estado 9% das compras feitas no Brasil, e o principal produto é frango, com 27% do total.
Esses números fizeram o Estado entrar na mira do World Logistic Passport, plataforma do governo de Dubai para estimular e facilitar o comércio global. Nesta semana, o gerente-geral do WLP, Mahmood Al Bastaki, está no Brasil para participar do Global Halal Fórum e estreitar esse tipo de relação no Brasil.
Halal é o método de produção de carne que habilita o produto para o consumo de muçulmanos, já adotado há décadas nas principais exportadoras do Estado. A intenção do WLP é transformar o porto de Rio Grande em ponto de escoamento de Argentina e Uruguai, conforme a empresa porque esses países não têm volume que justifique desenvolver rotas próprias mais eficientes e competitivas.
A meta do WLP é desenvolver regionalmente o processo para integrar o escoamento dos produtos do Mercosul via Brasil, não apenas para a produção halal de proteína animal, também para o escoamento de grãos e outros produtos. É uma proposta que soa como música para ouvidos gaúchos, mas que tem o desafio de superar desentendimentos entre os países - sem contar a espera pelo resultado da eleição na Argentina.
A plataforma de Dubai começou a atuar no Brasil em 2020, mas em decorrência da pandemia ainda estava em estágio muito inicial. O WLP opera em 20 países, entre os quais África do Sul, China, Egito, Índia e Vietnã. Opera como um programa de fidelidade logística baseado em incentivos, com recompensas a comerciantes e outros clientes. Oferece prioridade de processo aduaneiro, com linhas mais rápidas em portos e aeroportos e tarifas de movimentação reduzidas, com objetivo de oferecer rotas multimodais mais eficientes.
* Colaborou Mathias Boni