João Adibe é CEO do Grupo Cimed, uma das maiores indústrias farmacêuticas no Brasil. Virá a Porto Alegre para participar do FLFeztival, evento sobre empreendedorismo e negócios que ocorre em 25 de novembro na PUCRS. À coluna, comentou o motivo da ajuda do Grupo Cimed a vítimas das enchentes no Estado e falou sobre as atividades da companhia e o futuro de sua atuação.
Como foi tomada a decisão de ajudar as vítimas das enchentes no RS?
Não podemos fechar os olhos ou ignorar o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Infelizmente, muitas famílias foram atingidas, e é nosso dever ajudar de alguma forma. Como farmacêutica, a Cimed sempre esteve ao lado do pequeno varejo, e não seria diferente nessa situação. Hoje, o varejo independente representa 70% do nosso faturamento. Estamos com nossos parceiros em momentos bons e também nas situações de dificuldade. Realizamos a mesma iniciativa no Nordeste e no litoral de São Paulo.
Qual o peso do Rio Grande do Sul dentro das atividades do Grupo Cimed?
Desde sempre, importância enorme na Cimed. Atualmente, cerca de 10% do faturamento vem do Rio Grande do Sul. De janeiro a outubro deste ano, a Cimed tornou-se líder no mercado participativo com 18,7%. Só no Rio Grande do Sul, o Cimegripe, antigripal mais vendido do Brasil, tem 35% de participação, a Lavitan, marca líder da Cimed, tem fatia de 33,5%, o hidratante labial Carmed tem 55% e K-med, marca de lubrificantes, 60%.
Qual é a ambição da Cimed?
Nosso objetivo é ser a maior farmacêutica do mercado, e estamos trabalhando para isso, sempre pautados em nosso propósito de proporcionar saúde e qualidade de vida para toda a população brasileira, de forma acessível e com excelência. Agora, estamos com muito foco em nos tornarmos, também, uma health tech, investindo em pesquisas científicas para a descoberta de novos tratamentos.
Qual é a meta de faturamento?
Em 2022, o faturamento foi de R$ 2,5 bilhões, e para este ano, seguindo nossa missão, queremos alcançar os R$ 3 bilhões.
O grupo projeta abrir o capital?
Nosso planejamento tem a visão de uma abertura de capital. No nosso setor, não precisa esperar uma janela. O mercado quer investir em empresas que tenham margem, e os investidores têm apetite gigante para a nossa indústria (farmacêutica).
A empresa fez uma parceria recente com a Netflix para um produto relacionado à série Sex Education. Qual o objetivo?
Produtos para bem-estar sexual ainda são vistos como tabu. Além disso, os existentes no mercado têm um preço muito alto, e não são acessíveis para a população. Por isso, usamos K-Med, nossa marca que já tem relação com o universo de bem-estar sexual e que é líder no segmento de lubrificantes íntimos, para iniciar um movimento de desmistificação da categoria e levar novos produtos de bem-estar sexual para dentro das farmácias, que é um ambiente democrático, frequentado por todos os gêneros e faixas etárias. Ter a série Sex Education, da Netflix, nessa jornada, nos ajudando a contar essa história com leveza e bom humor, é a nossa principal aposta.
* Colaborou Mathias Boni