O problema é antigo e parecia insolúvel. Os investidores em energia eólica do Estado se ressentem dos juros mais baixos no Nordeste, permitidos por recursos de um fundo constitucional destinado à região, portanto vem deixando os gaúchos só ouvindo o vento passar.
Em reunião com empresários do segmento, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tirou da cartola o Fundo do Clima, administrado pelo BNDES, que serve exatamente para financiar "desenvolvimento tecnológico relacionados à redução de emissões de gases do efeito estufa e à adaptação às mudanças do clima e aos seus efeitos".
Claro, ainda pode haver um longo caminho até a implementação, mas é uma saída mais factível do que a criação de um fundo semelhante ao que existe para atender ao Nordeste.
Na audiência marcada pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), relatou à coluna Telmo Magadan, da Brain Energy, os empreendedores disseram que não queriam "pedir, nem reclamar", mas apresentar projetos que representam investimentos de R$ 50 bilhões e precisam de apoio para se viabilizar. Desses, oito já têm até licença de instalação e ao menos 20, licença prévia.
Os empreendedores em energia eólica ficaram satisfeitos com a atenção recebida, afirmou Magadan. E, enquanto ministro, relatou Alckmin na entrevista concedida a GZH, convidou o segmento para uma reunião mais aprofundada em Brasília, com presença do BNDES.
Gerson Haas, presidente do Sinplast, relatou que voltou a insistir em uma solução para o segmento, com ajuda do presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
– Ele foi bastante sensível ao assunto, havia estudado de terça até hoje (sexta), inclusive estava com os documentos que entregamos. Prometeu estudar e construir uma saída viável.
Hidrovias vêm aí
O ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, que acompanhou toda a viagem de Alckmin ao Rio Grande do Sul, deu uma ótima notícia à coluna: no PAC 3, que deve ser anunciado na próxima sexta-feira (11), devem ser contempladas obras em ao menos quatro trechos de hidrovias gaúchas. Estão entre os pontos previstos para dragagem e desassoreamento o Canal de São Gonçalo e dos rios Jacuí e Taquari, antigos sonhos dos gaúchos. Pimenta também avisou que a nova etapa do plano de obras públicas vai contemplar gestão privada, até para ajudar a viabilizar as obras necessárias diante do orçamento apertado.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo