No pacote cheio de enfeites do "novo PAC", há um verde que a coluna acompanhou com atenção redobrada: o Plano de Transição Ecológica, anunciado pelo ministro da FAzenda, Fernando Haddad, que será seu comandante.
É a aposta do governo para alinhar o Brasil à agenda ESG (governança corporativa, social e ambiental), e tem seis eixos: finanças sustentáveis, adensamento tecnológico do setor produtivo, bioeconomia, transição energética, economia circular e nova infraestrutura, além de serviços públicos para adaptação ao clima.
Como sempre faz, Haddad apresentou oficialmente o plano durante o anúncio do novo PAC com agradecimentos aos envolvidos, em que uma frase chamou a atenção dos que acreditam em uma agenda de desenvolvimento ambientalmente responsável:
— Foi uma agenda desenvolvida pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério do Meio Ambiente, com a ministra Marina. Em outros países, são áreas que costumam estar em polos opostos, mas no Brasil vamos fazer diferente. Vamos trabalhar juntos para desenvolver ciência, tecnologia e inovação, fomentando mão de obra qualificada e empregos inovadores.
Haddad mencionou uma arma poderosa para o convencimento de que é preciso dar velocidade ao freio já muito atrasado à mudança climática: novas linhas de crédito para o desenvolvimento sustentável com empregos de qualidade. Colocar Haddad à frente do plano foi um acerto. Na véspera, a coluna ouviu de um agente de mercado que o ministro é considerado, de fato, uma "surpresa positiva", inclusive graças à sua "humildade" em contraste com a "arrogância" do antecessor, Paulo Guedes.
Na apresentação, reforçou esse traço que vem conquistando aliados. Ao mencionar - duas vezes - a palavra "taxonomia", observou ele também está aprendendo sobre economia sustentável. A propósito, "taxonomia", em finanças, é um sistema que permite identificar atividades, ativos e projetos com objetivos sustentáveis, sociais ou ambientais, com base em métricas - ou seja, o ESG na Prática. Por enquanto, o ESG do plano está na teoria. A coluna espera que chegue rapidamente à prática.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo