O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Seis em cada dez porto-alegrenses apertaram os cintos e reduziram os gastos durante o primeiro semestre de 2023. É o que aponta a Pesquisa Econômica dos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul. O resultado supera em 34% os relatos colhidos pelo levantamento no ano passado.
O pé no freio é fruto de alguns impactos no orçamento. Entre os reflexos, também está o atraso no pagamento das contas: 44% dos entrevistados deixaram de arcar com alguma conta no período. O que impressiona é que 45% dizem ter contraído dívidas pela primeira vez. O vilão é um velho conhecido de muitos e recém-chegado de outros.
O cartão de crédito segue assombrando os devedores. Quase 40% deles dizem não conseguir bancar as faturas. E as justificativas? O consumo excessivo (40%), seguido pelos gastos inesperados (29%). Para 40% dos entrevistados, o valor acumulado das dívidas fica entre R$ 500 e R$ 2 mil.
Como de costume, diante deste tipo de contexto, os cortes começam pelo supérfluo. E as atividades de lazer foram o primeiro item abandonado por 19% dos entrevistados, que alegaram ter parado ou diminuído drasticamente as idas a restaurantes, bares e cinema. Em seguida, vêm os serviços de delivery e streaming, com 14% e 12%, respectivamente.
Apesar da desaceleração nos itens de inflação, o custo dos alimentos representa o maior peso no bolso de mais da metade dos porto-alegrenses (53%). O preço dos combustíveis vem logo atrás (18%), seguido pelo da energia elétrica (14%).
Dos entrevistados que disseram não contrair dívidas em 2023, quase a metade (46%) apontou o corte de gastos como a principal estratégia. Mas quando questionados sobre o que eles têm feito para economizar, um terço dos porto-alegrenses diz buscar por promoções e cupons de desconto na hora de ir às compras, 18% evitam “consumir por impulso”, enquanto 11% trocam a marca de produtos por similares mais baratas, mesmo percentual dos que adotaram a lista de compras.
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